Desenhar
“le dessin est une espèce d’hypnotisme; on regarde
tellement le modèle, qu’il vient s’assoir sur le papier”.
Picasso
Formato normalizado das folhas de papel
As folhas de papel disponíveis no mercado seguem habitualmente a norma dos A’s, ou seja quando nos referimos a A4 referimo-nos à medida 29,7 x 21 cm, assim sendo um A5 corresponde a metade de um A4, um A3 a dois A4’s, e um A2 a dois A3’s…
Linhas orientadoras
Na fase inicial de um desenho recorre-se habitualmente a linhas orientadoras, ou seja para tactear a posição das formas desde sempre se utilizou a esquematização das figuras à sua estrutura geométrica elementar.
Estas linhas permitem uma simplificação formal que reduz as formas a esquemas estruturais geralmente geométricos. Em todos os tratados e manuais de ensino do desenho o recurso a linhas orientadoras é utilizado para facilitar os primeiros passos da aprendizagem.
Enquadramento
O enquadramento de uma imagem é um daqueles conceitos que não são exclusivos do Desenho, usamo-lo também para a fotografia e para o cinema. Qualquer um de nós já ouviu os termos plano geral, primeiro plano, ou plano americano.
Quando nos referimos a enquadramento remetemos para a escolha, a eleição de um fragmento do mundo que nos rodeia, escolhendo os seus limites.
Van Gogh relata numa carta ao seu irmão Theo o uso que dava a um pequeno bastidor de madeira, olhava através dele as paisagens que queria desenhar controlando assim o seu enquadramento:
Assim na praia ou nos campos ou prados pode olhar-se através dele como se fosse uma janela […].
A ideia de enquadramento relaciona-se com a representação visual e com a ideia do quadro como uma janela através da qual se observa o mundo natural. Esta noção surge no Primeiro Renascimento enunciada por Leon Batista Alberti em 1435:
Para pintar, pois, uma superfície, primeiro faço um quadrado ou um rectângulo do tamanho que me parece, o qual serve como uma janela aberta, pela qual se vai ver a história que quero expressar.
A consciência de fragmento visual que temos hoje tem uma profunda ligação com o novo olhar que a fotografia trouxe, com a sua influência no desenho, e nas artes plásticas em geral.
Composição
A noção mais comum de composição surge definida nos dicionários de arte como arranjo formal de uma pintura ou desenho.
Na composição tradicional dispõem-se toda uma série de elementos sobre um suporte determinado ( no desenho sobre a folha, na pintura sobre o quadro), pelo contrário no enquadramento selecciona-se um fragmento da realidade.
Rudolf Arnheim definiu-a da seguinte forma:
Por composição visual, queremos significar a maneira através da qual as obras de arte estão organizadas por formas, cor ou movimentos. (…) A composição revela-se a si própria quando, como fazemos inevitavelmente, apreciamos um quadro, uma escultura ou um edifício enquanto combinações de formas definidas, organizadas numa estrutura englobante.
Perspectiva
A imagem de um objecto na retina contrai-se ou dilata-se consoante o objecto observado esteja mais longe ou mais perto do olho do observador. Helmholtz, fisiologista e físico alemão (1821-1894), observou que um objecto adquire diversas dimensões na retina correspondendo a diversos ângulos visuais, ou seja quanto mais distante estiver o objecto mais pequena será a sua dimensão.
Uma constante ao longo de toda a história da teoria da perspectiva foi a geometria, chave que a sustenta e que a explica. O espaço que representa pode conceber-se a partir de um sistema de três dimensões- altura, largura e profundidade. Pensemos no exemplo de um chão de mosaicos quadrados em perspectiva, é o exemplo mais básico, e que tem sido feito ao longo dos séculos, o recorrer a uma quadrícula de forma a obter um efeito de profundidade.
Sobreposição
O efeito de sobreposição é importante para a criação de profundidade, e para a noção de espaço tridimensional. O escalonamento da dimensão de figuras ou objectos hierarquiza a noção de distância, a dimensão do espaço representado.
Segundo Arnheim “para alguns pintores o espaço é mais evidente através de uma série contínua de objectos que se sobrepõem, o que conduz o olhar, como que por planos, desde o plano mais avançado até ao fundo”.
tellement le modèle, qu’il vient s’assoir sur le papier”.
Picasso
Formato normalizado das folhas de papel
As folhas de papel disponíveis no mercado seguem habitualmente a norma dos A’s, ou seja quando nos referimos a A4 referimo-nos à medida 29,7 x 21 cm, assim sendo um A5 corresponde a metade de um A4, um A3 a dois A4’s, e um A2 a dois A3’s…
Linhas orientadoras
Na fase inicial de um desenho recorre-se habitualmente a linhas orientadoras, ou seja para tactear a posição das formas desde sempre se utilizou a esquematização das figuras à sua estrutura geométrica elementar.
Estas linhas permitem uma simplificação formal que reduz as formas a esquemas estruturais geralmente geométricos. Em todos os tratados e manuais de ensino do desenho o recurso a linhas orientadoras é utilizado para facilitar os primeiros passos da aprendizagem.
Enquadramento
O enquadramento de uma imagem é um daqueles conceitos que não são exclusivos do Desenho, usamo-lo também para a fotografia e para o cinema. Qualquer um de nós já ouviu os termos plano geral, primeiro plano, ou plano americano.
Quando nos referimos a enquadramento remetemos para a escolha, a eleição de um fragmento do mundo que nos rodeia, escolhendo os seus limites.
Van Gogh relata numa carta ao seu irmão Theo o uso que dava a um pequeno bastidor de madeira, olhava através dele as paisagens que queria desenhar controlando assim o seu enquadramento:
Assim na praia ou nos campos ou prados pode olhar-se através dele como se fosse uma janela […].
A ideia de enquadramento relaciona-se com a representação visual e com a ideia do quadro como uma janela através da qual se observa o mundo natural. Esta noção surge no Primeiro Renascimento enunciada por Leon Batista Alberti em 1435:
Para pintar, pois, uma superfície, primeiro faço um quadrado ou um rectângulo do tamanho que me parece, o qual serve como uma janela aberta, pela qual se vai ver a história que quero expressar.
A consciência de fragmento visual que temos hoje tem uma profunda ligação com o novo olhar que a fotografia trouxe, com a sua influência no desenho, e nas artes plásticas em geral.
Composição
A noção mais comum de composição surge definida nos dicionários de arte como arranjo formal de uma pintura ou desenho.
Na composição tradicional dispõem-se toda uma série de elementos sobre um suporte determinado ( no desenho sobre a folha, na pintura sobre o quadro), pelo contrário no enquadramento selecciona-se um fragmento da realidade.
Rudolf Arnheim definiu-a da seguinte forma:
Por composição visual, queremos significar a maneira através da qual as obras de arte estão organizadas por formas, cor ou movimentos. (…) A composição revela-se a si própria quando, como fazemos inevitavelmente, apreciamos um quadro, uma escultura ou um edifício enquanto combinações de formas definidas, organizadas numa estrutura englobante.
Perspectiva
A imagem de um objecto na retina contrai-se ou dilata-se consoante o objecto observado esteja mais longe ou mais perto do olho do observador. Helmholtz, fisiologista e físico alemão (1821-1894), observou que um objecto adquire diversas dimensões na retina correspondendo a diversos ângulos visuais, ou seja quanto mais distante estiver o objecto mais pequena será a sua dimensão.
Uma constante ao longo de toda a história da teoria da perspectiva foi a geometria, chave que a sustenta e que a explica. O espaço que representa pode conceber-se a partir de um sistema de três dimensões- altura, largura e profundidade. Pensemos no exemplo de um chão de mosaicos quadrados em perspectiva, é o exemplo mais básico, e que tem sido feito ao longo dos séculos, o recorrer a uma quadrícula de forma a obter um efeito de profundidade.
Sobreposição
O efeito de sobreposição é importante para a criação de profundidade, e para a noção de espaço tridimensional. O escalonamento da dimensão de figuras ou objectos hierarquiza a noção de distância, a dimensão do espaço representado.
Segundo Arnheim “para alguns pintores o espaço é mais evidente através de uma série contínua de objectos que se sobrepõem, o que conduz o olhar, como que por planos, desde o plano mais avançado até ao fundo”.
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